Em primeiro lugar quero pedir desculpas aos meus leitores pela ausência tanto aqui quanto nos seus blogs. No momento gostaria de possuir não apenas tempo, mas disposição para ler cada um de vocês e participar da interação maravilhosa que acontece entre nós. Quem sabe depois que eu formar as coisas voltem ao normal? Vamos ver, não é? :)
Bem, a reflexão de hoje já vem se construindo há algum tempo e alcançou seu ápice sábado (22) depois de assistir o filme Wake – Despertar, o que serviu apenas para confirmar minhas suspeitas.
Quantas vezes você já se sentiu vazio? Como se tudo ao seu redor não fizesse mais sentido? Como se sua vida tivesse se tornado uma grande rotina? Acordar (geralmente cansado), ir para o trabalho sem nenhuma disposição para dar o melhor de si, almoçar apenas porque seu corpo necessita, trabalhar mais, ou quem sabe ainda estudar, se perguntar várias vezes ao dia “O que estou fazendo aqui?” ou possuir pensamentos não necessariamente suicidas, mas do tipo “Minha presença ou minha ausência não fazem diferença no ambiente...”? Será que eu sou a única estranha nesse mundo ou todos alguma vez na vida passam por momentos assim?
A minha teoria é que se o indivíduo ainda não passou por um momento desses ainda vai passar! Mas quem já viveu isso alguma vez sabe que assim como em algum momento começou, em algum momento teve ou terá fim. E o meu momento felizmente se foi e desde então tenho buscado entender quando e como isso aconteceu. Não que existam saudades dessa época, mas são passagens tão sutis que fica difícil determinar onde começa e termina cada etapa.
Analisando a vida de antes e a vida de agora percebo que não mudou muita coisa; a rotina é quase a mesma, os problemas que aparecem geralmente são de mesma origem, as dores de cabeça e as coisas que me fazem rir ou chorar também não se distinguem de antigamente. Então o que mudou? O que me faz sorrir agora e ter mais fé na vida? Ao assistir o filme vi que a mudança não foi algo físico, o mundo ao meu redor não mudou, ninguém que eu conheça ganhou na loteria ou algo realmente extraordinário, mas meu ponto de vista mudou.
E no fim das contas tudo se resume a isso: a maneira como você decide encarar as coisas. Se um dia você amanhece de mau humor e põe pra tocar uma música melancólica, acha mesmo que seu astral irá melhorar? Ficar todo o tempo reclamando da vida, da corrupção no Brasil, da fome, da falta de saneamento básico para mais da metade da população, da violência, da desigualdade, da unha encravada no pé... Isso irá resolver o problema? É claro que não! Muitas vezes para as coisas acontecerem temos que nos mover, entrar em ação, correr atrás do prejuízo, e para outras temos apenas que fazer a escolha de como encarar a situação que se apresenta.
Sei que não é simples assim, que não é fácil sentir-se bem humorado depois de levantar atrasado, chutar o dedão no pé da cama, derramar suco na camisa no café da manhã e ao chegar ao trabalho ser demitido. Porém realmente existem duas opções: a primeira é reclamar da vida e lamentar o quanto se é desafortunado, mas também se pode encarar isso como uma oportunidade de buscar um emprego melhor ou finalmente sair daquele ambiente que só trazia frustração.
Tudo nessa vida tem dois lados, acho que é por isso que ninguém está apto a julgar ninguém, e por isso também que podemos escolher enxergar o lado bom ou ruim de todas as coisas. Geralmente tendemos a supervalorizar os problemas pequenos tornando-os gigantescos a ponto de não termos mais condições de lidar com eles, ou ainda acreditar que existem chaves ou receitas para alcançar a felicidade, estipular metas ou raciocínios do gênero “Só serei feliz se possuir isso...”, ou “Isso me fará feliz.” ou ainda “Ele (a) me fará feliz!”... O que aprendi foi o seguinte: não vai ser um bem material ou uma pessoa ou situação que tornará um indivíduo feliz ou bem sucedido ou vice-versa, mas somente sua maneira de agir (principalmente diante das adversidades ) e de encarar as situações é que definirão o bem estar de espírito ou não. No fim das contas, dictum et factum: “Tú te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.