31 julho 2010

Devaneios :p



Eu vivi minha adolescência numa época que os livros de auto-ajuda estavam em alta - não sei se ainda continuam, mas parei de me importar com isso. E embora de acordo com a Wikipédia  o livro tenha sido publicado no Brasil em 1995, quinze anos atrás, até hoje se fala do livro "Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus".

Confesso que até comecei a ler o tal livro pra entender um pouco e não falar muita besteira aqui. Até agora deu pra perceber que é um grande livro de receitas, isso serve, aquilo não serve. Não faz meu gênero, mas nunca devemos recusar conhecimento, não é verdade? Mas o porquê dessa introdução? Bem, o que me trouxe até esse post foram os comentários masculinos da última postagem (Nunca soube se chapinha prestava..).

Foi interessante o Daniel Hiver do Pelo caminho dos plátanos...  usar as minhas palavras para responder a questão proposta pelo post:  "larga de ser trouxa mulher e fica contente com o que tens e com quem tu és", principalmente pelo peso que essas palavras criaram pra mim. E a vassoura de piaçava do Marcos Satoru Kawanami do blog Memórias da Lira Velha também não foi menos impactante!!

Então parei pra pensar na distância que existe entre os pensamentos masculinos e femininos. Tudo bem, é até meio bobo porque essa discussão não é de hoje, mas não deixa de ser intrigante tudo isso. É claro que cada um tem suas próprias percepções, gostos, mas tem que haver algum padrão, algo que diferencia e caracteriza esses dois mundos.

Falando sobre mulheres, é inegável a influência da indústria da beleza, e também está claro que elas - muitas vezes - não se arrumam para impressionar os homens ou para se “sentir bem” e sim para as outras mulheres. Eu saio pouco, mas em todas as raras vezes que isso acontece sempre fica no ar aquele clima de competição entre elas. Qual mulher nunca se sentiu linda ao se olhar no espelho antes de sair e ao chegar ao local de destino não viu seu balão da auto-estima aos poucos ir murchando com cada uma que passava com a blusa mais bonita, a sandália mais legal, o cabelo perfeito ou a maquiagem impecável? Será que existe isso no mundo masculino?

Acho que podemos dividir as mulheres em duas "espécies", aquelas que se Acham de verdade (pouco importando se isso condiz com a realidade ou não) e aquelas que Tentam se achar, mas geralmente conseguem apenas se colocar pra baixo e uma vez aqui ou acolá se sentirem confiantes de si.

Beleza, eu juro que estou tentando me desligar do que os outros pensam, mas velhos hábitos não vão embora da noite para o dia, e depois daqueles comentários eu fiquei realmente pensativa e curiosa sobre. Porque enquanto estamos nessa luta incessante contra o que somos, contra as outras, como eles vêem tudo isso? Alguns dizem que é besteira, que muitas vezes vale o conteúdo e blá blá blá, mas sabemos que não é bem assim, não é?

Entrevistando um desafortunado amigo no MSN a respeito disso, ele me disse: “Geralmente a mulher está: linda ou feia, cheirosa ou fedida, legal ou chata, triste ou alegre, ou sabe conversar ou não sabe.”. Claro que isso não resolve o problema, e nem sei dizer se chega a ser esclarecedor, mas o que fica evidente é a distância das percepções.  Pelo visto eles enxergam apenas se ela é/está feia ou linda, mas não toda a complexidade por trás disso, o trabalho que dá tentar ser bonita e tudo mais.

Se eu fosse um pouco mais ignorante, poderia parar por aqui e dar o assunto por encerrado e dizer que se trata apenas disso (8 ou 80 pra eles), mas sabemos que não é. As pessoas dizem “Seja feliz!”, “Aceite...”, “A Vida é muito mais que isso ou aquilo”, mas não nos desprendemos fácil de conceitos anteriores a nós. E arrisco dizer que é hipocrisia alguém chegar e dizer que nada disso os afeta e que ela (pessoa) está acima disso. Acredito sim que existam pessoas mais bem resolvidas do que outras, mas nunca uma que não se sinta diminuído de alguma forma por causa do problema de vista alheio.

Quando digo problema de vista, é no sentido de querer transmitir algo e a mensagem chegar ao destino de maneira diferente da que gostaríamos. Agora percebo que meu raciocínio não vai dar em nada, e um trecho que explica o porquê encontrei no já citado livro do início do post. Ele diz:

“Os homens esperam, equivocadamente, que as mulheres pensem, se comuniquem e reajam da maneira que os homens o fazem; as mulheres erroneamente esperam que os homens sintam, se comuniquem e respondam da maneira que as mulheres o fazem. Nós nos esquecemos de que homens e mulheres devem ser diferentes.”

Pronto. Matou a charada. E eu continuo sem minhas respostas – apesar de não ter conseguido formular A Pergunta. Parece-me mais um caso perdido, ou seja, “Não gaste seu tempo com isso, pois não vai dar em nada..!”. Quer saber? Vou ler o livro, quem sabe ajude...

E para você, isso faz algum sentido?                      

26 julho 2010

Nunca soube se chapinha prestava...

Hoje me apoderei da expressão característica de um blog que A-D-O-R-O, o Nunca Soube se Prestava. Quem nunca passou por lá não perca essa oportunidade, é um blog realmente bacana (e Presta). Mas o que houve é que não pude pensar em expressão melhor pra definir o raciocínio que vem a seguir.

Eu sei. Eu sei que no resto do Brasil estamos no inverno e tudo mais, muita chuva, pessoas desabrigadas, frio, frio, talvez um pouco de neve em São Joaquim, mas aqui, no Norte do Brasil, é verão, siim!! Nesta época aqui no meu estado (TO), as pessoas costumam migrar para as praias – de água doce, é claro – e um fator que facilita bastante tudo isso é que as férias escolares acontecem no mês de julho. Eu não sei dizer a respeito do restante do país, mas tenho conhecimento que em algumas regiões nesta época existe apenas um recesso, e não férias totais como aqui.

Pois bem, mas vamos ao assunto. Quando eu era criança, poderia muito bem ser carinhosamente apelidada de “pata” porque era daquelas meninas que nos acampamentos beira rio era a primeira a entrar n’água e uma das últimas a sair. Pouco importava se às 7:30 ou 8:00 da manhã a água estivesse “congelante”, valia mesmo era poder ficar ali de molho o maior tempo possível. Nesse período ainda não éramos escravas da beleza e não havia aquela aflição para se ter cabelos lisos, brilhosos e esvoaçantes sempre. A situação era precária, ainda mais para pessoas que, como eu foram abençoadas com os cabelos difíceis - para não dizer crespos!

Este final de semana dei um pulinho na praia, coisa que já não fazia há algum tempo – anos, pra ser mais exata. E com a chegada da maturidade, a idéia de ficar o dia todo no dentro da água fazendo curso pra camarão não parece mais uma idéia tão agradável como antes, né? E como eu disse, já fazia algum tempo, então fui na onda das Primas mais atualizadas. Depois de quase morrer de remorso ao gastar mais de R$70,00 numa saída de banho lá fui eu para a simpática praia do Rio Sono. Chegando lá, eis que vem a preocupação: E o meu cabelo??

Neste momento, acho que visualizei uma das novas aflições da mulher brasileira, sim, aquela brasileira que não tem o corpo das propagandas de cerveja, nem os cabelos da propaganda de shampoo: A dúvida começa a tomar de conta, de repente você se percebe pensando no trabalho que deu pra passar a chapinha e no quanto foi caro o seu biquíni, sua saída de banho e toda a viagem para estar ali. Então vem a dúvida cruel: entrar ou não entrar no rio. Estrear o biquíni novo que só Deus sabe quando você usará novamente e mandar os cabelos lisos e esvoaçantes literalmente por água abaixo ou abrir mão de toda a “coisa” da praia pra simplesmente manter a “pose” ou o “charme” e sair bem nas fotos que irão pro Orkut?

Para os que preferem o meio termo, você pode como eu fiz, tomar banho sem mergulhar -cabelos devidamente presos - e assim também acabar com todo o barato que estar numa praia te proporciona! =D Não é uma coisa ingrata? Caramba, manter pelo menos os cabelos legais não é barato e exige sacrifícios não apenas financeiros. Então fiquei pensando até que ponto ainda chegaremos pra ficar bem na foto. Será que podemos culpar a mídia por mostrar nas propagandas mulheres com cabelos que todas pediram a Deus ou a Sta. ou Sra. Erica Feldman que de acordo com a Wikipédia no século XIX já pensava em amansar as madeixas com coisas quentes? Ou será mesmo que devemos é largar de ser trouxas e ficar contentes com o que temos e com quem somos??? O que sei é que este problema começou com uma chapinha... A questão é: onde iremos parar assim?

25 julho 2010

Dictum et Factum

(Dito e Feito). Não costumo usar muito essa expressão, mas ela sempre anda comigo e sempre aparece em momentos oportunos. E hoje cai como uma luva. Eis que chegou o momento das constatações. Sabe quando você "tem certeza" sobre algo e só precisa da confirmação? Refiro-me a situações como ao andar sobre um meio fio e sua mãe dizer: "Desce senão você cairá" e ao desobedecer você cai? Digo, não a respeito do que mãe diz geralmente se cumprir, mas sobre aquelas coisas que por mais que sejamos avisados, só damos como certos após termos provado.

É interessante como em determinado momento de nossas vidas isso passa a fazer mais sentido do que nunca. Não adianta apenas saber, ter consciência do funcionamento de uma coisa ou outra, não há nada como o experimentar a situação! Quem nunca ficou magoado com uma situação ou com alguém e ficou com a sensação de que aquela dor, frustração, ou seja, qual for sentimento ruim nunca fosse passar? É claro que no fundo você sabe/sabia que é tudo uma questão de tempo. Maas, ainda assim esse pensamento racional não bloqueia as sensações depressivas que lhe tomam conta - até isso de fato acontecer.

E o que falar das más companhias? Todos te avisavam, e você até conhece o risco daquilo acontecer, mas só acredita quando mesmo quando essas companhias ferram você. E por aí vai, são centenas de exemplos, términos de relacionamentos, dores musculares (sabe quando você exagera nos exercícios e no dia seguinte não consegue nem andar direito??) e até mesmo sexo, todos dizem que é bom, mas você só vai acreditar quando passar a praticá-lo.

Que é dito e feito quando as suspeitas se realizam não é novidade, mas a grande questão é: por que temos essa mania de São Tomé (tipo "só acredito vendo")? Por que algumas coisas só tem sentido depois de vividas? Por que prática é melhor que teoria?



09 julho 2010

Estou cansada

Cansada de tudo isso.
Cansada do meu trabalho que me faz envelhecer antes do tempo.
Cansada de bancar a adulta que não sou, dando conselhos pras pessoas como se eu tivesse 100 anos e soubesse tudo da vida.
Cansada da maneira como conduzi minha vida até aqui, sempre apoiada no que disseram que seria bom pra mim.
Sei que hoje tudo soa como mau agradecimento, afinal quantas pessoas aos 21 tiveram a sorte de ser bem sucedido no trabalho e nos estudos como eu, e com as expectativas melhores possíveis para o futuro?
Detesto as pessoas vir me dizer: “você será brilhante no futuro”, ou “você é muito inteligente, sensacional, vai longe...” quando nem eu tenho certeza disso, ou melhor, nem sei se acredito nisso.
O que sei é que muitas ações que tomo parecem lindas aos olhos dos outros, deixa todos eles felizes, mas geralmente não são atitudes que eu gostaria de tomar.
E eu tomo essas atitudes feito um robô, sem vida própria, apenas mecanicamente.
Cansada de ter noção de tudo, das ações e das conseqüências.
 De diversas vezes me privar de experimentar as coisas por já saber de antemão que aquilo não vai dar em nada.
Cansada de da infância já ter pulado pra fase adulta.
Cansada de algumas pessoas acreditarem que isso é bom.
Cansada dessas amarras que eu mesma criei.
Cansada de ter “liberdade” e não saber aproveitá-la.
De parecer um animal selvagem que depois de muitos anos trancafiado numa jaula fica sem ação ao ver porta aberta e o caminho livre pra seguir seu rumo.
Cansada de a minha felicidade gerar descontentamento e meu descontentamento gerar felicidade alheia.
Cansada de me sentir presa a tudo isso.
Cansada da faculdade que me suga e faz com que eu não tenha outra vida.
Cansada das tempestades em copo d’água que sempre faço.
Cansada da minha falta de controle, de não saber lidar com as coisas.
E cansada de ser tão paradoxal.
Cansada de mais uma gama de coisas que não consigo transformar em palavras.
Cansada de saber que não há muita solução pro meu caso.
Cansada de tentar imaginar onde tudo isso vai dar.
Cansada, cansada e cansada.
E pra completar, extremamente triste por estar assim.