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20 março 2011

Puro, confuso e sincero

Minha mãe diz costuma dizer (principalmente em época de catástrofes naturais) que o homem se esquece o quão pequeno é, o quão impotente é diante da grandeza de Deus. E ela não está errada quanto a isso, acho, porque na maior parte do tempo o homem é apenas egoísta (como eu no post anterior), ganancioso e hipócrita. 

Tenho uma tendência a me fechar diante das desgraças que acontecem por aí, entre outros motivos porque isso me faz sofrer, me faz sentir mal justamente por toda a impotência que me cabe. É duro assistir a uma série de coisas erradas acontecendo e no fim apenas concluir que não se pode fazer muito ou praticamente nada.  E nem estou falando do Japão exatamente.

Está claro que daqui não podemos dimensionar de fato o tamanho da tragédia lá e  o tamanho do caos (mesmo que todos se mostrem resignados com a situação). Está nítido também que se aquilo tivesse acontecido aqui tudo seria muito pior por conta de nossa desorganização nata, pela falta de estrutura, pela falta de planejamento e por aí vai... 

Somente hoje é que assisti aquele filme, Tropa de Elite 2. Não vi o primeiro, e também não tenho cultura de filme nacional, até hoje o único que havia gostado foi O Auto da Compadecida. E assim como "O Auto" sempre me faz pensar, o Tropa também o fez. Sabe quando você vê um filme ou lê um livro e a chave do pensamento não desliga, horas e horas depois você ainda está a refletir sobre aquilo? Pois é.

Acho que já comentei aqui o quanto fiquei satisfeita no fim do ano passado quando invadiram o morro do Alemão lá no Rio, que implantaram aquela polícia pacificadora e tudo o mais. A sensação naquele período foi ótima, foi a conclusão de que quando se quer fazer algo, se faz; não há impedimentos. No entanto nunca é tão simples, não é? Por que será que sempre haverá o lado podre na história? Por que sempre haverá o policial corrupto ou mesmo os políticos? Por que será que sempre mesmo correndo o risco de "catástrofes catastróficas", os países continuarão a construir não apenas usinas nucleares, mas também hidrelétricas que acabam com o meio ambiente e seu equilíbrio natural? Por que será que mesmo estando sob morros desmoronando as pessoas insistirão em permanecer em suas casas e esses morros seguirão seu caminho de cair sobre as casas e matar todos seus habitantes? Por que será que sempre haverá pessoas como Kadhafi, Hitler e Mussolini?

Dinheiro? Poder?A pergunta é: justifica? Será que vale mesmo a pena? Quando eu falei das pessoas que permanecem em suas casas com o morro caindo logo atrás... Isso acontece porque elas não têm para onde ir. E por que não tem? Cadê o poder público numa hora dessas para apoiar essas pessoas? A matemática é simples, vejam o espaço dado para aquele casal e o filhinho que faleceram na região serrana do Rio no início deste ano; a TV mostrou até um pedacinho do velório. Mas e quantas outras pessoas não morreram ali? Quantas outras famílias não passaram pela mesma dor e ficou por isso mesmo? E o Tim Lopes? Virou aquele bafafá danado porque ele era jornalista da Globo. E quanto às outras pessoas que são vítimas desse tipo de crime, cidadãos comuns que tem direito a um fim digno tanto quanto ele, mas que não aparecem nem numa notinha do jornal?

Não é revoltante uma situação dessas? Acho que se focasse o pensamento nisso o tempo todo já teria desistido de viver. Numa visão otimista de tudo isso, alguns podem dizer que pensar assim faz alguma diferença; não se curvar ao que é ilícito é um bom começo e que de grão em grão "a galinha enche o papo". Mas será mesmo? Digo, um pouco de bem que fazemos vem um infeliz e desfaz. Será que não há mesmo jeito para essa humanidade? Quer dizer, a mudança parece algo tão simples - se todos decidissem vestir essa camisa. 

Ontem ouvi uma canção linda, do Padre Fábio de Melo, que resume (em minha opinião) o que deveríamos realmente fazer de nossas vidas. É o que estou tentando fazer, é o que acho que todos deveriam fazer, mas claro: nunca será tão simples.

A letra diz:

Sê inteiro em cada parte, em cada fragmento
Da vida que hoje está ao teu redor
Breve, leve, certo se despede este instante
Pra nunca mais pousar em tuas mãos
Tempo foge, escorrendo nos dias que vão
Vai seguindo os trilhos da luz
Não permitas que a vida termine sem que
Extraias dela todo sabor

Deixa que a aventura de ser gente te evolva
Prepara o que serás no que és
Não prenda os teus olhos nos olhares que te acusam
Esquece a voz que te condenou
 (...)
Nunca te aprisiones nos teus medos e receios
Nem sê refém de quem não sabe amar
Não, não te condenes a morrer com teus defeitos
Nem use a expressão não vou mudar
Pois a cada instante é possível crescer
Retirando excessos do ser
Aprimora o teu jeito de ver e de ouvir
E do amor tão perto estarás

Eis que trago noticias do céu
Deus resolveu te fazer vencedor
Ergue os olhos, destranca tua voz
Vem receber novas vestes de luz

      

Tenho feito um exercício interessante ultimamente. Não sei como funciona na sua região a questão de mão e contramão, mas aqui as ruas são alternadas, uma vai e outra vem, ou seja, uma mão e outra contramão. E esses dias a caminho do trabalho tenho trilhado um caminho diferente durante as caminhadas, determinada rua tenho ido pela contramão. É a mesma rua que na volta ando "na mão".  O interessante da experiência é que por mais que seja a mesma rua, mesmas casas e árvores, caminhar por ela no sentido contrário do convencional oferece uma visão totalmente diferente. O que é comum torna-se irreconhecível. O que aprendi com isso é que tudo tem dois lados. Ok, essa é uma constatação óbvia, mas faça um teste do gênero qualquer hora dessas e entenderão o que quero dizer; é espantoso como a maior parte do tempo acreditamos que sabemos de algo, ou que conhecemos bem alguma coisa, mas a uma simples mudança de ângulos nos vemos diante de algo novo novamente.

E para encerrar e mudando completamente de assunto, essa semana recebi um selo muito fofo da Patrícia do Meu infinito particular (Obrigada!!) 



e outro super curioso do Helio Tadeu, desenhadinho.blogspot.com, que achou meu blog a princípio "super feminino". Achei uma fofura já que ninguém havia dito isso. Mas depois ele voltou e me deu outro que se enquadrava melhor, rsrs: "Esse blog faz pensar!". Adorei.



09 março 2011

Post de Março


Muitas são as especulações a respeito do que vêm após a morte, alguns acreditam que vem a Vida Eterna (Céu ou Inferno), outros acham que voltamos a Terra para continuar numa evolução espiritual e tudo o mais, e há ainda aqueles que acreditam após a morte, “acabou-se o que era doce”, pronto, apenas corpos em decomposição. Mas hoje não vim aqui falar disso, muito pelo contrário, antes da Morte, todos nos preocupamos com a Vida.

Confesso que um dos pensamentos que mais me assombram sobre a morte está relacionado ao momento em que se olha para trás, sabe, o filme de nossa vida? O balanço geral no último instante? Isso sempre me dá medo, medo de quando chegar esse momento eu não ficar satisfeita com o visto, não ficar satisfeita e não possuir mais tempo para consertar as coisas.

E por causa disso, por causa desse medo eu tento sempre fazer balanços, definir novas metas, posturas e filosofias a seguir. Mas por mais que isso seja algo bem pessoal, sinto necessidade de dividir; talvez por dar muito valor ao que os outros irão dizer ou pensar, ou simplesmente como desabafo.

Então... Agora na metade do ano com a graça de Deus, irei me formar cientista da computação! Nossa, como ando ansiosa por isso! Não que esteja excitada com o que vem depois, mas por puro cansaço mesmo.  Um dia desses passei no blog do Everton Oliveira onde ele avisava que iria dar um tempo esse ano, um ano sabático. Não conhecia o termo, mas depois de pesquisar um pouquinho amei a idéia, e provavelmente não será no segundo semestre de 2011, mas pretendo sim tirar (não necessariamente um ano inteiro) um período no futuro para mim, para me entregar às pequenas coisas, experimentar novas situações e tudo isso sem me preocupar com padrões, prazos, razões ou quaisquer outros motivos.

Eu também passei num concurso aqui para o meu estado, pura ironia do destino, haha, inscrição de última hora, praticamente zero de estudo, no entanto a prova era para cadastro de reserva e embora minha colocação tenha sido ótima, corro grande risco de não poder assumir o cargo porque fiz a prova para nível médio Técnico e minha formação será de Ensino Superior.

Esse ano também irei ao meu primeiro show do U2! Eu sempre imaginei que faria isso quando estivesse com quase trinta, com o emprego do salário dos sonhos, morando numa casa que não fosse a dos meus pais, esse tipo de coisa. Não estou reclamando, pelo contrário estou ainda estupefata com o fato de conseguir realizar esse desejo tão precocemente e de quebra no dia do meu aniversário - não é lindo?!

Eu ainda não consegui organizar meus horários – para estudo, para blogar, para ler, tocar e também descansar –, mas faz parte também da meta de não me preocupar mais tanto com tudo. A vida é tão frágil e passageira e as coisas importantes vêm e vão de supetão, e quando focamos demais nas obrigações deixamos esses momentos passar.  E aí está, acredito que é esse o ponto: eu não quero mais perder esses momentos.

Eu quero viver intensamente cada emoção que me cabe, quero curtir minha família e meus amigos, quero continuar feliz com meu trabalho mesmo que todo mundo me instigue a fazer concursos públicos “só” por causa dos altos salários. Quero viajar quando der vontade e quando sentir necessidade, quero parar mais e prestar maior atenção ao que diz minha sábia intuição.Quero errar também, mas crescer com eles, quero não me cobrar tanto, quero não enlouquecer com coisas pequenas, mas desejo também enlouquecer e me entregar à “pequenas” coisas, como uma tarde no parque, o sorriso da criança, a simpatia do idoso, a brincadeira com os primos e a badalação com os amigos.

Talvez eu queira demais, mas é isso. J

Ah, aproveito o espaço para agradecer ao Daniel Hiver pelo lindo presente e dizer o quão feliz e honrada me senti com o gadget adicionado! Obrigada pelo carinho!!!

E pra finalizar, para dividir com todos vocês mais esta alegria, no último dia quatro (de março) minha família e eu comemoramos os sessenta anos de casado dos meus avós. Definitivamente bodas de diamante não acontecem com muita freqüência e todos estão muito contentes com mais esta vitória em família. Eu já falei dos meus dois amores aqui... para quem quiser conferir!

Beijos e abraços de Carnaval a todos!



05 fevereiro 2011

Sobre modelos familiares


Me peguei pensando sobre esse assunto há alguns dias mas não no sentido de modelos tradicionais ou lares em que os papéis são invertidos ou nos casos de mulheres exercendo as funções de chefe da casa, mas sim identidade criada por cada família, por seus costumes “íntimos”, digamos assim.


Quando terminei o segundo grau, passei no vestibular nas duas universidades em que fiz a prova de vestibular sendo uma delas federal e localizada na capital do meu estado (moro no interior).  Lembro-me da indecisão que se abateu sobre mim naquela época, aqui cursaria uma universidade particular mas estaria em casa, na companhia dos meus  e tudo mais. Do outro lado estudaria numa universidade federal, na capital (sinais de maiores oportunidades profissionais), mas o preço disso seria morar com a família de minha madrinha.

É claro que eles ficaram felicíssimos com isso, esperando mesmo que eu me mudasse para lá e não me vendo como um peso ou incômodo como poderia ser o caso. Porém me conhecendo como conheço acabei por ficar em minha cidade natal na faculdade particular e claro, no meu lar.

Uma das principais razões que me fizeram optar por permanecer aqui foi esse lance dos modelos. Cada família cria seus costumes, rituais e estes são únicos. Por exemplo, um dia desses me lembrei daquele grupo sueco, ABBA e baixei dois CD’s  deles . 
Depois ficar até duas e tanto da manhã escutando-os, fui mostrá-lo para meus pais no dia seguinte. Acabou que fomos almoçar todos escutando os tais CD’s. Naquele instante, ri sozinha imaginando o que outra pessoa que não participa do nosso núcleo familiar iria pensar daquela cena, no mínimo estranho, imagino, da mesma forma que todos nós estranhamos quando ao fazer uma simples visita a conhecidos, ou mesmo nos hospedar em seus lares nos deparamos com alguns costumes diferentes dos nossos.

Família é algo muito importante, e cada um de nós é retrato do ambiente construído por eles e quando tivermos nossas próprias (famílias) ou para quem já construiu a sua acaba adquirindo essa responsabilidade e muitas vezes sem perceber cria costumes únicos que serão perpetuados por seus descendentes. Bacana isso, não é? E você e sua família? O que é normal para vocês, mas que provavelmente causariam espanto para outrem? Já parou para pensar nisso e se parou o que mais concluiu? Divida(m) comigo!