Tem uma música que eu adoro. E não é só por concordar com toda a sua letra ou por ser tão família. Esta, é o tipo de música que sempre me faz refletir ou rir sozinha de situações passadas. A música, chamada 'Cara de Família', do Rodrigo Grecco, em certo momento diz assim:
"Minha mãe me disse umas coisas sobre os ódios do meu peito
Disse que o ódio que se guarda vai matando só quem sente..."
Esse trechinho em especial, toca na ferida que eu quero tratar no post de hoje: mágoas e rancores.
Uma vez conversando com um amigo, ele me falou de sua fraqueza, daquilo que o afastava de Deus. Ele disse que a fraqueza que ele sentia era dele e que outra pessoa podia encontrar a própria fraqueza em outra coisa.
Apesar de ele ter dito isso em apenas segundos, me perdi dias pensando em qual era a minha fraqueza; o que eu sentia, e que quando sentia, sentia-me afastada do Amor de Deus. Foi quando percebi que minha fraqueza estava justamente na facilidade, quase naturalidade, em guardar e cultivar mágoas e rancores; desamor...
Entenderam o porquê da música agora? rs
É óbvio que já percebi o quanto isso é nocivo, principalmente para quem sente, para quem acaba cultivando sentimentos dessa natureza. E uma das primeiras coisas que me ajudaram nesse processo de "me consertar" foi um livro chamado "Oração da Amorização", do Pe. Alírio J. Pedrini, SCJ. Livro este que vira e mexe estou recomendando-o para alguém.
O livro propõe um método sem grandes segredos para ajudar-nos a praticar o perdão: pois só através do perdão genuíno é que conseguimos nos libertar desses sentimentos ruins.
Esse livro foi uma bênção em minha vida. Imagino que tenha surtido efeito semelhante na vida de muitas outras pessoas também, mas apesar de tudo, colocar em prática o que lá diz é um processo longo e árduo.
Acontece que um dia desses, (ontem, rs), conversando com uma amiga, contando um pouco do que já tinha me acontecido, na hora de contar um fato aparentemente já superado e também perdoado, fiquei surpresa ao sentir meus olhos cheios d'água novamente e o coração sentindo uma pontadinha de dor. Isso me fez pensar numa coisa: na linha tênue existente entre o perdão genuíno e o esquecimento de algo que te magoou.
As perguntas que venho lançar hoje são:
1- Até que ponto conseguimos perdoar de verdade?
2- Quantas coisas repetimos a nós mesmos "está perdoado" quando na verdade deixamos apenas de cutucar a ferida, e por algum tempo chegamos a esquecê-las...?
Nós somos tão pequenos, tão limitados...
3- Por que é tão fácil absorver o que é ruim e tão difícil nos abrirmos para o que realmente vale a pena?
4- O que você acha disso?
5- Como você reaje em situações assim? O que te incomoda?
Escrevendo hoje sobre a decepção de descobrir que ainda não consegui perdoar por completo, lembrei de outro post que escrevi há alguns anos descrevendo a ótima experiência que é quando conseguimos colocar em prática. A quem interessar, é só clicar aqui!
Uma ótima semana a todos ;)