Chega um ponto que de duas uma (ou três, quatro...): Ou você anda
supervalorizando as adversidades e sofrendo em demasiado por conta de coisas
pequenas e por causa disso se afasta de todas as pessoas mais importantes pra
você.
Ou pode ser que aquele teste feito na internet esteja certo quanto
à suspeita de TDAH e você deva procurar um médico para te ajudar a tratar/lidar
com isso bem como com sua ansiedade que também te induz ao isolamento e a se
afastar das pessoas pelas quais possui apreço.
Ou ainda, pode ser que você não esteja supervalorizando as
adversidades nem tampouco sofra de TDAH ou ansiedade... Pode ser que com tudo
que esteja acontecendo, você não seja tão fraca ou fresca assim no final das
contas. E essa sensação de que perdeu o controle de fato condiz com a realidade.
Ou ainda, talvez possa haver uma quarta opção: uma opção onde a visão
(nesse momento limitada) não consiga enxergar.
A questão é que independente de as coisas estarem difíceis ou não,
de eu andar fragilizada/histérica ou não, tenho me chateado com uma enorme
facilidade com pessoas que antes costumava ter uma boa convivência.
Nem sei se é a coisa mais cristã de se confessar... Sei que Jesus
disse também para fazermos o bem sem olhar a quem, sem esperar qualquer tipo de
retorno. Mas de duas uma: Ou sou humana e é difícil conceber um mundo sem essa
troca equivalente ou sou apenas egoísta e ponto.
Sou egoísta e fraca porque fico magoada quando "pessoas que
prezo e procuro estar lá por elas" não conseguem perceber que algum pedido
simples que eu faça se trate de um grito de socorro velado. E como se não
bastasse, além de egoísmo, sobra - me ainda orgulho e intransigência.
Deus... Que merda de pessoa eu sou? Por que eu não aprendo de uma
vez por todas a colocar em prática essa humildade que o Senhor vem há tempos
tentando me ensinar?
Por quê?
Esse estado constante de "estar parado" por fora e
um "tornado" por dentro, vendo as coisas se deteriorarem dentro de
mim dia após dia. Por coisas pequenas, sim. Mas se deteriorando de qualquer
maneira.
Eu só queria paz. Paz de espírito. Só queria um pouco de leveza,
igual àquela que eu sentia antigamente. Só precisava do olhar atento para
perceber as peripécias da vida, essas que eu costumava me deliciar assistindo e
ao mesmo tempo pensando "como pode as pessoas não perceberem isso?"
Vai ver que o pecado do corpo seja mesmo a língua. De certo me
tornei "aquelas pessoas" e uma vez que trilhamos tal caminho fica um
pouco difícil voltar atrás... Desdizer o que foi dito, desfazer uma ação aqui e
acolá.
São tantas "pequenas preces" pensadas, gritadas por
dentro. Será que preciso dizer em voz alta para me fazer ouvir? Ou ainda: O que
eu julgo como necessário é mesmo aquilo que preciso ou o que eu acho que as
outras pessoas precisam?
Não é falando mal, mas eu preferia não possuir certos
pressentimentos. Eles só aumentam minha agonia e exibem minha impotência. Ok,
eu não me importo com a impotência. Me incomoda mesmo é a agonia de acabar
sempre sofrendo por antecedência, deixando de viver, perceber e FAZER aquilo
que é necessário neste momento... E claro, ter a consciência de que ao fazer isso
desperdiço apenas o meu tempo e minha vida.
Que pena.
No mínimo... Indigesto.
21/11/2014