É tudo tão complicado!
Tão difícil....
Por que não criaram um manual para a vida?
Todo esse tempo tenho buscado uma coisa que chamam por aí de Equilíbrio... Mas ele se esconde muito bem.
É que eu tento absorver todas as experiências, todos os modelos, sejam eles meus ou não. Isso deveria ser válido, porém a cada dia percebo que todo esse esforço de pouco adianta, porque cada ser é único, cada vida é Uma vida. Não existem duas iguais; não há um modelo que eu possa seguir; um modelo que me dê a certeza do sucesso...
É horrível essa certeza que alguns têm sobre mim, certeza de que tudo será mais fácil, menos sofrido, e pior ainda é esse incômodo pensamento que vira e mexe inunda minha cabeça, com aquela voz de deboche, rindo consigo mesmo e me dizendo “Como eles estão enganados!”.
Eu estudo ciências exatas por encontrar nelas alguma certeza, nela não há meio termo, algo pode estar certo ou pode estar errado. Eu trabalho com seres humanos, e cada dia que passa, aumenta o meu fascínio pela complexidade do Ser em si. A complexidade que é a formação do caráter, dos limites, da personalidade. E mesmo assim essa angústia em meu peito não sai para passear.
Sou constantemente invadida por questionamentos, incertezas e um medo terrível de estar equivocada, de escolher o caminho errado. Como diversos autores poeticamente já disseram, a Vida é um espetáculo único, em que não há ensaio ou remake.
Eu tenho uma certeza em Deus de que tudo vai dar certo no final, mas há dias que isso não satisfaz a minha ânsia por respostas e não supera o meu sentimento de culpa por estar me sentindo assim.
Eu fico a me perguntar se não deveria me preocupar com coisas mais concretas do meu dia a dia, porém essa minha mente não dá sossego. Cresce também o sentimento de frustração, por não estar utilizando essa massa encefálica para algo mais produtivo, criativo e relevante.
Hoje, nessa luta contra a ociosidade, procurando algumas imagens, fui invadida pela curiosa vontade de colorir desenhos! Não me pergunte o porquê disso, mas ouso deduzir que tem algo a ver com a infância, época em que (geralmente) estamos alheios às mazelas do mundo, a toda preocupação e estresse que reina na fase adulta.
(rsrsrsrs) o título desse desabafo, qual a relação? Bem... Acredito que esteja diretamente ligado ao Livre Arbítrio. Quando de fato temos o direito de escolha?
Será que o simples fato de querer (e tomar atitudes para que isso se realize), vai tornar o meu querer realidade? Parece-me que isso funciona com objetos inanimados, como uma bolsa de grife vendida na galeria mais cara da cidade: se eu quero, mesmo que eu parcele aquele bem em 48 X com juros, é algo que posso vir a possuir, não há dúvida. Mas quando temos aquela pessoa que amamos numa situação lamentável num quarto de hospital... Algumas vezes, por mais que desejemos que aquela pessoa viva, a sua hora vai chegar. Nessa hora, o meu querer é poder? Se ela vir a falecer, isso significa que tenho pouca fé?