26 outubro 2010

Onde nasce a mudança

Em primeiro lugar quero pedir desculpas aos meus leitores pela ausência tanto aqui quanto nos seus blogs. No momento gostaria de possuir não apenas tempo, mas disposição para ler cada um de vocês e participar da interação maravilhosa que acontece entre nós. Quem sabe depois que eu formar as coisas voltem ao normal? Vamos ver, não é? :)

Bem, a reflexão de hoje já vem se construindo há algum tempo e alcançou seu ápice sábado (22) depois de assistir o filme Wake – Despertar, o que serviu apenas para confirmar minhas suspeitas.

Quantas vezes você já se sentiu vazio? Como se tudo ao seu redor não fizesse mais sentido? Como se sua vida tivesse se tornado uma grande rotina? Acordar (geralmente cansado), ir para o trabalho sem nenhuma disposição para dar o melhor de si, almoçar apenas porque seu corpo necessita, trabalhar mais, ou quem sabe ainda estudar, se perguntar várias vezes ao dia “O que estou fazendo aqui?” ou possuir pensamentos não necessariamente suicidas, mas do tipo “Minha presença ou minha ausência não fazem diferença no ambiente...”? Será que eu sou a única estranha nesse mundo ou todos alguma vez na vida passam por momentos assim?

A minha teoria é que se o indivíduo ainda não passou por um momento desses ainda vai passar! Mas quem já viveu isso alguma vez sabe que assim como em algum momento começou, em algum momento teve ou terá fim. E o meu momento felizmente se foi e desde então tenho buscado entender quando e como isso aconteceu. Não que existam saudades dessa época, mas são passagens tão sutis que fica difícil determinar onde começa e termina cada etapa.

Analisando a vida de antes e a vida de agora percebo que não mudou muita coisa; a rotina é quase a mesma, os problemas que aparecem geralmente são de mesma origem, as dores de cabeça e as coisas que me fazem rir ou chorar também não se distinguem de antigamente. Então o que mudou? O que me faz sorrir agora e ter mais fé na vida? Ao assistir o filme vi que a mudança não foi algo físico, o mundo ao meu redor não mudou, ninguém que eu conheça ganhou na loteria ou algo realmente extraordinário, mas meu ponto de vista mudou.

E no fim das contas tudo se resume a isso: a maneira como você decide encarar as coisas. Se um dia você amanhece de mau humor e põe pra tocar uma música melancólica, acha mesmo que seu astral irá melhorar? Ficar todo o tempo reclamando da vida, da corrupção no Brasil, da fome, da falta de saneamento básico para mais da metade da população, da violência, da desigualdade, da unha encravada no pé... Isso irá resolver o problema? É claro que não! Muitas vezes para as coisas acontecerem temos que nos mover, entrar em ação, correr atrás do prejuízo, e para outras temos apenas que fazer a escolha de como encarar a situação que se apresenta.

Sei que não é simples assim, que não é fácil sentir-se bem humorado depois de levantar atrasado, chutar o dedão no pé da cama, derramar suco na camisa no café da manhã e ao chegar ao trabalho ser demitido. Porém realmente existem duas opções: a primeira é reclamar da vida e lamentar o quanto se é desafortunado, mas também se pode encarar isso como uma oportunidade de buscar um emprego melhor ou finalmente sair daquele ambiente que só trazia frustração.

Tudo nessa vida tem dois lados, acho que é por isso que ninguém está apto a julgar ninguém, e por isso também que podemos escolher enxergar o lado bom ou ruim de todas as coisas. Geralmente tendemos a supervalorizar os problemas pequenos tornando-os gigantescos a ponto de não termos mais condições de lidar com eles, ou ainda acreditar que existem chaves ou receitas para alcançar a felicidade, estipular metas ou raciocínios do gênero “Só serei feliz se possuir isso...”, ou “Isso me fará feliz.” ou ainda “Ele (a) me fará feliz!”... O que aprendi foi o seguinte: não vai ser um bem material ou uma pessoa ou situação que tornará um indivíduo feliz ou bem sucedido ou vice-versa, mas somente sua maneira de agir (principalmente diante das adversidades ) e de encarar as situações é que definirão o bem estar de espírito ou não. No fim das contas, dictum et factum: “Tú te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.


10 comentários:

  1. Viiii...
    Para te falar a verdade, muitas destas coisas relatadas se dão no meu caso. Hoje mesmo parei o carro numa sombra depois do almoço. Estava esperando dar as 13h30min para entrar num comércio que fecha ao meio dia e que abre nesse horário. E de repente me veio a pergunta. O que eu estou fazendo aqui? Estva ali naquele lugar, esperando chegar a hora por causa do trabalho que é meio sem objetivo, embora eu recise dele e faça com amor o que posso. E embora eu não seja um suicida em potencial, também já me ocorreu a idéia de que "se eu passar" não fará muita diferença.
    Brilhante texto. Do tipo que desencadeia profundas reflexões.
    Tenho certeza que muitos já te disseram isso. Mas agora é minha vez de dizer. Você escreve no tom certo da reflexão; e muito, muito bem.

    E, por fim, vou te dizer que nunca ninguém deixou um comentário em meu blog como o que você me deixou hoje. A comparação é inusitada e nem sei o que te dizer. Fiquei feliz. Atônito. Perplexo.

    Muito obrigado pelo carinho!

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  2. Oi Viiii!
    quanto tempo mesmo, hein?

    Concordo com você... o que define como nossa vida vai ser - se boa ou ruim - são nossas atitudes. Em todos os sentidos. Tanto em relação a saber reagir, a saber dar a volta por cima, quanto em relação ao que fazemos para os outros. Acredito muito que o que se faz aos outros acaba voltando para nós depois. ação e reação.

    E quanto a esses momentos em que a gente para pra repensar a vida... acho que "o que eu estou fazendo aqui?" não deveria ser a pergunta, mas: "onde eu poderia estar?" "onde eu quero estar?" "o que é bom pra mim?"

    Mesmo que, no fim, se chegue a uma mesma resposta ou argumento, a diferença é a positividade do pensamento. A energia é diferente. E boas energias sempre ajudam! :D

    beijos

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  3. Oi amiga, quanto tempo! rs
    Muito bacana esse post. Acredito que todos nós também já paramos para nos perguntal, "afinal, o que estou fazendo da minha vida?"

    Ainda bem que nos questionamos, pois essa inquietação possibilita mudança, movimento. E é como você disse: importa mais como encaramos a vida e os fatos.

    Ótima quarta-feira! Tudo de bom! Abraço...

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  4. Viiii otimo texto. Sabe, eu vivo lutando para o vazio não tomar conta de mim, não é o famoso "tedio", o vazio, aquela sensação de impotencia, de falta de poder resolver... dificil explicar. Eu nao gosto quando me sinto assim, entao luto para melhorar.

    Bjs

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  5. acho que melancolia tá na moda... então as pessoas ficam mal e parece mais que querem continuar assim! Mas é como vc diz, as coisas dependem de como nós a encaramos, eu particularmente estou tentando encarar dias tristes com músicas alegres, situações difíceis com esperança e as dificuldades da vida, com um sorriso no rosto, é melhor nê?!

    sobre a última frase, pena que nem todo mundo segue-a!

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  6. Minha flor, eu sou sua fã. Cada dia mais.
    Acho lindo seu depoimento. Mais ainda por saber o quanto é sincero.

    Eu acredito muito que a vida tem a cor que a gente pinta.

    Bjo

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  7. apesar de frase feita ...... é exactamente (será ) assim.... Tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas

    bj
    teresa

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  8. Viiii,corajoso depoimento.
    A vida(eu que o diga )é feita de muitos momentos diferentes.Quando está bom ,absorva toda aquela energia para usá-la nos que não são tão bons.
    Inclusive pq,para o bem ou para o mal, tudo(mesmo) passa.
    Beijo grande

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  9. Viii...
    Conheço bem essa fase da vida (e como!)..rs
    Mas temos sim que olhar o lado bom de tudo o que acontece em nossa vida. Temos que erguer a cabeça e continuar caminhando, mesmo que não enxergamos uma luz no fim do túnel.

    Mas uma vez parabéns pelo texto.
    Abração!

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  10. Vi, quanto tempo! ^^
    Eu andei sumida mas agora to de volta e vou fuçar no seus posts pra ver o que perdi!

    Como vc disse, td mundo passa/passou/vai passar por essa fase. Mas penso que se a vida não fosse cheia de problemas e coisas ruins, como iriamos admirar as coisas boas? A satisfação de superar algo não existiria, não é? E nada é mais prazeroso do que dar apontar o dedo na cara do 'destino/vida' e falar: "A-rá!" ^^
    Um a parte do seu post me lembrou uma mania minha, só que ao contrário. Geralmente quando eu acordo deprê, escuto uma música animada! E funciona, super indico! =)
    Ah, e também sou dessa filosofia que nós somos os responsáveis pela nossa felicidade ou falta dela.
    Como sempre, um post cheio de verdade e reflexões.

    Bjos

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