26/05/2014
E aí, doutora, belezinha?!
É o seguinte: cansei-me da humanidade. Cansei! O que eu faço?
Não sei... Faz dias que ando nessa ansiedade, nesse aperto no peito. Acho que dizer "eu não quero mais sair de casa" soa um pouco dramático e dizer "eu não faço questão de estar com essa gente" soa arrogante até por demais. Mas sendo franca contigo e comigo, a verdade é bem essa.
Estou me tornando uma pessoa meio bitolada, aérea. Anos que não assisto jornais mas eu ainda filtrava as coisas na Internet. Agora até a coragem para isso se foi; parece que as águas desse riacho desaguam todas no mesmo lugar. Eu vejo tanta coisa errada ao meu redor. Eu vejo tanta gente preocupada com futilidades. Vejo tanta gente gritando e fazendo alarde, tanta gente gritando, protestando, tirando a roupa, passando por situações ridículas como forma de expressar sua não concordância com as coisas que acontecem. Eu vejo e ouço tudo isso, no entanto, é como se eu estivesse num semi-vácuo; isso mesmo... é como se o som de tudo isso viesse com força em minha direção e de repente lhe faltasse qualquer molécula para lhe fazer chegar até mim. Sabe aquela coisa de 'perdido no meio do caminho'? Não tem força, não chega, não cola.
Temo estar me tornando tudo aquilo que eu não queria ser. É chato isso. Eu já tive meu tempo "Vamos mudar o mundo", "Nós podemos fazer a diferença"... Mas ultimamente estou mais é para "Quero que tudo se dane!". O que é que há comigo? Ser correta é tão importante para mim. Ser uma pessoa de 'bom coração', de fé, de princípios e blá blá blá. Eu sou assim. Eu me sinto mal quando saio um pouquinho da linha, eu me torturo com culpas nem tão terríveis. Mas se por um lado isso é bom, dá margem pra muita gente de má fé não só tirar proveito como tirar onda dessa carinha que Deus nos deu. Isso tem me irritado TANTO! Um tanto assim que tem horas que juro que vou ter um infarto antes do tempo.
Tudo bem ter princípios, tudo bem fazer o bem (mesmo que isso enrole tua vida vez ou outra)... Mas para quê se aproveitar de pobres pessoas que nessa vida não aprenderam a dizer "NÃO"? Sei que temos que "fazer o bem sem olhar a quem" e "sem esperar nada em troca", mas tenho visto tantas pessoas se aproveitando disso, conversando contigo, te pedindo favores e etc apenas quando é conveniente para elas. Pessoas que você gentilmente oferece a mão e de repente querem teus braços, pernas, tronco... Será que pessoas assim pensam que somos otários?
Eu me sinto uma otária a maior parte do tempo. E ainda sinto culpa por sentir raiva desse tipo de gente. Mas apesar dessa culpa, de uns tempos pra cá eu tenho deixado a minha fera correr solta. Tenho tentado deixar a raiva fluir, tenho me permitido ter preguiça de ver e conversar com as pessoas, tenho ignorado os gritos de culpa ecoantes no meu interior... Adoro conversar com o João Paulo nessas horas porque eu digo: "Jão, estou com vontade matar um..." (alguém) e ele vai e me diz: "Não passe vontade, Viii!".
Mas como eu digo, é algo cíclico, como o símbolo do infinito. Se por um lado eu sinto essa necessidade de não reprimir culpas, raivas, insatisfações (com a vida e com o mundo), também fala alto aquela minha essência, que no momento anda escondida em algum lugar. Fala alto aquela coisa de "Não precisa de todo esse exagero, as coisas não andam às mil maravilhas, mas se colocarmos na balança, as pequenas e boas coisas ainda pesam mais do que as ruins. Não há motivo para tanto alarde...". Entendem?
Eu já disse a uma amiga minha que preciso voltar a fazer terapia. Acho que o que escrevi acima é mais ou menos o que eu gostaria de dizer para uma pobre e desinformada psicóloga qualquer hora dessas. Mas eu nunca digo. Esse tipo de desabafo sempre emperra na garganta e volta para onde surgiu. Acho que isso também adoece.
E talvez, desde o momento que comecei a escrever aqui, tudo de tratasse de apenas essa palavra: Desesperança.
Estou desesperançosa com o mundo. A cólera toma de conta quando vejo noticiários. Quando assisto tanta estupidez recorrente, tanta gente mal assistida, tanta ignorância, intolerância, desamor, má fé, falta de vergonha na cara, falta de princípios e bons costumes, falta de consideração com quem está ao lado, ou mesmo com aqueles que são dependentes. A sensação ao entrar em contato com essas coisas é resumida em uma pergunta apenas: "Eu preciso disso?".
O que tanta coisa ruim tem a acrescentar? Obviamente fechar os olhos e ser conivente com determinadas situações também não é o caminho. Entretanto... Eu vou gritar? Espernear? Chorar? (Juro que já fiz tudo isso e não adiantou). Eu sigo naquela mesma filosofia de mudar o meu mundo e meu comportamento primeiro para depois poder/querer exigir algo de quem/do quê está à minha volta. Mas isso nos deixa introspectivo as vezes. Eu vejo grande parte dos meus amigos fazendo um esforço para se ajustarem a isso quem chamam de Sociedade; para alguns é natural, outros já encontram 'enroscos' no caminho como eu - mas continuam tentando(!). E eu que nem isso tenho feito?
Minha pergunta hoje nem é "Onde é que o mundo vai parar?". A pergunta é: "Onde EU irei parar nesse mundo?". Essas são perguntas que dão medo de fazer. E as respostas, não sei se quero ouvir.
E de acordo com os amigos mais sossegados, que sobreviveram à essa fase cruel esquisita, eu só preciso praticar esportes. Jiu-Jitsu, por exemplo.
Como te entendo, amiga. A hora que der vontade de sair de casa, vai me ver. Tem muita coisa bonita lá fora. Mas pra isso, tem que suportar algumas macaquices pelo caminho Rsrs.
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMacaquices foi ótima, amiga!
Pode deixar, estou criando coragem!
Beijos beijos