Hoje teve terapia.
E houve um negócio interessante, que valeu vir transcrever a nota antes que ela se perca nos milhares de devaneios que vem e vão por essa cabeça desajustada…
Em certa altura da conversa comentei que estava “enferma”. Não foi esse o termo, no entanto não me lembro agora o que foi usado, mas foi nesse sentido. O ponto em questão era dizer que me sinto quebrada, desmantelada. Estou sensível, sinto de forma constante não possuir mais qualquer controle sobre minhas emoções, qualquer coisa é motivo para eu me debulhar em lágrimas e é desesperador não conseguir controlar isso. É estranho olhar pra trás e ver que há algum tempo eu conseguia administrar isso de tal forma que era possível pegar as merdas que aconteciam e só jogá-las para debaixo do tapete - e “vida que segue”. Esse sempre foi meu modus operandi… E agora não. 🫣
Psicanálise é um negócio interessante porque quando você diz as coisas em voz alta, parece que ela toma novos significados.
E justo quando eu disse isso, sobre não conseguir mais jogar as coisas para debaixo do tapete (!!!), ela lindamente alertou que lá há quase dois anos atrás, quando começamos a trabalhar juntas, minha queixa era justamente estar cansada de ter sempre que jogar tudo para debaixo do tapete.
E então ela me disse que que bom que eu não consigo mais levar as coisas para debaixo do tapete!
Pode não parecer grande coisa. Mas isso me fez pensar sobre como (e quão frequentemente) nosso (in)consciente fica querendo nos levar de volta a lugares que nos são confortáveis e assim retroalimentar ciclos que muitas vezes não são nada saudáveis. Nem sei se é válido chamar esses lugares de zona de conforto porque confortáveis, efetivamente não são. Mas enxergar esses padrões, que de tão sutis a maior parte do tempo acreditamos fazerem parte da nossa natureza e essência, e transformá-los ou abandoná-los, é quase como pedir ao fumante para abandonar o cigarro ou ao alcoólatra a bebida. '-'
É processo. Leva tempo. Tem autossabotagem... muita. Mas eu não imaginava que seria tão ninja assim.