11 outubro 2009

Vida e Arte [2] [3] [4] [5]


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De fato não pude perceber a relevância da obra de Machado de Assis quando fui obrigada a lê-la no meu segundo grau. A única coisa que meus olhos infantis viam ali era um conjunto de palavras arcaicas e uma leitura extremamente enfadonha.

A verdade é que há coisas que necessitam de um momento certo para serem apresentados, ou de um preparo. Isso não se dá apenas na literatura, mas em muitas coisas da vida, como por exemplo o Livro do Apocalipse... Realmente não é saudável uma criança de 12 anos lê-lo sem um preparo psicológico e/ou religioso, a não ser que ela queira passar noites e noites de vários meses com dificuldades de dormir, assombrada.

[3]

Ontem no Fantástico, a atriz Fernanda Montenegro foi entrevistada. Ela completou 80 anos este ano, e está em ótima forma por sinal... Perdoem a ignorância, mas talvez daqui a uns dez anos eu possa entender o alarde que fazem em volta de sua carreira de atriz. Muito bem, ela é boa, eu só não entendo por que ela é considerada uma das maiores/melhores atrizes do Brasil. Assim como não entendo por que o Roberto Carlos é o rei (só consigo associá-lo aos especiais de fim de ano, sempre com as mesmas músicas e figurino), e a Xuxa, rainha dos baixinhos...

Mas voltando à Fernanda, o que me impressionou mesmo foi sua sabedoria! Questionada pela repórter sobre em que situação se sentiu uma atriz excepcional, ela sem pestanejar disse que não revelaria que papel a fez sentir assim, porque aquele momento que para ela parecia o ápice, aos olhos de outros, poderia não surtir o mesmo efeito.

E ela tem razão. A maneira como enxergamos o mundo certamente difere da maneira como o próximo vê. Cada ser foi criado de maneira diferente, obteve impressões diferenciadas a respeito da vida... É por isso que uns se deleitam com a melancolia de Chopin e outros dão a vida por um baile funk.

Essa diferença de pensamentos e valores faz com que cada um veja com a óptica que lhe convém. E se duas pessoas tão diferentes passam a questionar a opinião do outro, será muito difícil chegar a um consenso.

Essa certamente é uma lição que pode ser aplicada a qualquer relação social. Provavelmente nunca iremos concordar inteiramente com o outro. E se essa não concordância puder gerar conflitos desnecessários, o melhor é evitá-los.

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[4]

Terminei a 1ª temporada da já mencionada bizarra série True Blood. E depois destes 12 episódios, fica uma sensaçãozinha de pavor. A série faz críticas mais que diretas a certas coisas que andam acontecendo por aí. Não sei se crítica é a palavra certa, pode-se dizer então que a série expõe essas diversas situações.

Além do já citado sexo descontrolado, trata do vício das drogas, que transforma o homem em um ser irracional que age apenas pelo instinto ou desejo incontido por essas substâncias. Mostra também o charlatanismo que ainda é bastante comum em nosso país (limito ao Brasil por realmente não saber como isso é tratado nos outros cantos do mundo..), pessoas que se aproveitam da boa vontade, ingenuidade ou pior, da fraqueza dos outros. Em certo episódio, uma das personagens principais paga por uma sessão de exorcismo! Putz! Aquilo foi tão convincente e assustador, que até eu achei que fosse precisar de um também (Deus me perdoe e me livre)... Mas então no episódio seguinte, a personagem vai à farmácia e descobre a curandeira trabalhando como enfermeira...! Quer dizer, até de substâncias alucinógenas ela fazia uso, pra poder tornar tudo mais convincente.

Enfim, vi coisas assim que eu ouvia falar na minha infância e que cheguei a acreditar que eram coisa do passado em minha adolescência, e que hoje, iniciando minha fase adulta percebo que certas situações não mudam apenas tomam uma nova indumentária.

[5]

Nessa última semana, eu basicamente escutei o novo CD do Mika, (de novo e de novo); é viciante. Neste novo CD, ele fala abertamente sobre garotos, a impressão que fica é que o primeiro albúm foi dedicado às meninas e este segundo, aos meninos!

Às vezes eu fico sem entender a minha fascinação, mas pensando um pouco sobre isso, acho que deve ser pela maneira que ele se comporta, como conduz suas músicas, enfim. Com os cabelos sempre por pentear, com as roupas engraçadas e coloridas, e com as brincadeiras que faz com a voz e o piano, imagino que ele acaba transformando em arte aquilo que eu imaginava pra minha vida (não levar tudo tão a sério...). Dar risada das coisas idiotas e valorizar os sonhos e a época em que se vive.

Com este novo CD tive vontade de dançar, isso não acontecia a aproximadamente uns 3 ou 4 anos! E também estou me sentindo como uma adolescente de 15 anos :D

Fiquei pensando a respeito de qual vídeo postar. Pensei, pensei, e acabei por decidir em pôr a música Grace Kelly, que foi aquela que o revelou. Aqui vai uma versão ao vivo...

Agora me respondam: quantos cantores que você conhece, que são capazes de fazer ao vivo o mesmo que fazem dentro de um estúdio? ^^






Um comentário:

  1. Olha, sobre a Fernanda Montenegro, posso afirmar que ela é uma das melhores atrizes brasileiras. Ela é fantástica, mas isso é aformado porque ela tem personagens marcantes ao longo da história que falam por ela.
    Roberto Carlos, porque marcou uma época em que se sentia a necessidade de falar, de se expor, de se mostrar ao mundo, e todo mundo se espelhou nele e na jovem guarda para demonstrar isso.
    Já a Xuxa, intitulada "Rainha dos Baixinhos" é por conta única e exclusiva da Rede Globo que a colocou nesse pedestal. Considero-a chata, ensimesmada, com uma voz insuportável e petulante, hahahahaha...
    E sobre Machado, concordo contigo que existe um tempo para lermos e entendermos a sua literatura, sem dúvida.

    Beijos e uma ótima semana pra ti.
    Detesto essa criatura enquanto apresentadora, cantora e atriz. Tirando isso, o que sobra, não conheço nem quero conhecr, rrsrsrs

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