03 fevereiro 2013

Sonhei com o Anitelli e acordei inspirada...

Ele disse que é tudo uma questão de prioridade. E eu falei: "Prioridade. Palavra chata!". E ele concordou: "Palavra chata! Mas também Palavra Chave". Não está errado. Não deixa de ter razão, mas eu fiquei a pensar em quanta coisa se perdeu por cauda dessas prioridades. Prioridades que a sociedade em que vivo me forçou a por em primeiro plano.

Quantas vezes eu já divaguei ao ver alguém com dinheiro na mão ou eu mesma, olhar para aquele pedaço sujo de papel e pensar "É isso mesmo? É por causa disso que as pessoas (e eu, infelizmente) lutam e labutam todos os dias para ganhar? É nisso que as pessoas tem depositado a sua fé? É justo, isso?". Bem... Poético não é. 

Eu tentei atrasar o máximo que pude a minha vida adulta, é sério! Fiz força para brincar de boneca até os 15, e ainda cultivei o gosto por fantasias do cinema e literatura até os 20 e não vem ao caso. Mas nem assim eu fiquei imune. Mesmo assim as preocupações vieram,  as prioridades (Aarg!).

E o pior, é que vejo hoje que muitas dessas prioridades e  preocupações me desviaram, tiraram o foco daquilo que sou, do que me faz ser genuína, do que faz os meus olhos brilharem de forma especial. E é duro, meu amigo, quando num dia como esse você se dá conta de que teu plano de ser diferente tá dando errado.

Quando eu era menina e via adultos estressados, que já não viam mais a vida com a mesma esperança de outrora, com aquela objetividade férrea de cumprir as tais prioridades, eu disse a mim que não queria me transformar naquilo. Não era um tipo de "síndrome de Peter Pan" - crescer é bom; traz maturidade e diversos pontos de vista que não adquiriríamos senão por meio das experiências vividas -, eu só queria que quando a fase adulta chegasse, quando a coisa apertasse, eu não deixasse de lado e nem tratasse com desdém a bênção que é ver o mundo, mesmo que seja por alguns momentos, como que com os olhos de uma criança.

No fim, lembrando do nosso trocadilho, da Palavra Chata e da Palavra Chave, vejo que também não sou dona da Verdade Absoluta. Tudo depende de onde cada um quer chegar. Eu busco o que me é necessário, mas sempre esperando que isso não custe aquilo o que sou. Porém está claro que a prioridade de muita gente é ficar rico, aparecer na televisão, virar um Big Brother (haha)...

O meu conselho (como se eu possuísse algum cacife para tal) é: (roubando descaradamente as palavras de Gessinger) "tudo bem, até pode ser. Se for POR AMOR (às causas perdidas).
Eu não tenho mais jeito mesmo! Mas isso não me entristece.

2 comentários:

  1. Sabe que me identifico bastante com isso de prioridades impostas, rs, e que as vezes mesmo sem concordar aceitamos por ser mais comodo talvez, bem agora eis o momento em que as duvidas chegam sobre o que fazemos por nós mesmos, ou o que poderíamos fazer, eu tenho enfrentado esse momento como um momento de posse, tomar posse das minhas prioridades, mas é difícil, que as vezes fico insegura, pois eu sempre fiz o que os outros esperavam, as vezes até mesmo como segurança! Enfim, voltando pra você, ser você mesma é o que você pode fazer de melhor, nas busca das tuas prioridades :D

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  2. Bom, Mayanne. Acho que você se deu a resposta. Nesse ponto acho que já me conformei sobre o fato de que "vibro em outra frequencia" e que nem todas as pessoas que me cercam entenderão isso ou verão com bons olhos. Mas este é sempre um conflito comum a todos os seres humanos.... Alguns vão se resolvendo ao longo do tempo, outros criam coragem para assumir atos e consequências e isso é bom. Como eu disse, sendo por amor, por convicção em determinadas coisas, tudo bem, é um norte.
    Triste mesmo é assistir algumas pessoas que passam por essa vida e não tem coragem de assumir uma posição, tomar partido de algo, reféns do que "os outros" pensam ou palpitam. Você está no caminho com sua busca. O primeiro e mais importante passo já foi dado. Agora é continuar a percorrer o caminho!

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