Eu vivi minha adolescência numa época que os livros de auto-ajuda estavam em alta - não sei se ainda continuam, mas parei de me importar com isso. E embora de acordo com a Wikipédia o livro tenha sido publicado no Brasil em 1995, quinze anos atrás, até hoje se fala do livro "Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus".
Confesso que até comecei a ler o tal livro pra entender um pouco e não falar muita besteira aqui. Até agora deu pra perceber que é um grande livro de receitas, isso serve, aquilo não serve. Não faz meu gênero, mas nunca devemos recusar conhecimento, não é verdade? Mas o porquê dessa introdução? Bem, o que me trouxe até esse post foram os comentários masculinos da última postagem (Nunca soube se chapinha prestava..).
Foi interessante o Daniel Hiver do Pelo caminho dos plátanos... usar as minhas palavras para responder a questão proposta pelo post: "larga de ser trouxa mulher e fica contente com o que tens e com quem tu és", principalmente pelo peso que essas palavras criaram pra mim. E a vassoura de piaçava do Marcos Satoru Kawanami do blog Memórias da Lira Velha também não foi menos impactante!!
Então parei pra pensar na distância que existe entre os pensamentos masculinos e femininos. Tudo bem, é até meio bobo porque essa discussão não é de hoje, mas não deixa de ser intrigante tudo isso. É claro que cada um tem suas próprias percepções, gostos, mas tem que haver algum padrão, algo que diferencia e caracteriza esses dois mundos.
Falando sobre mulheres, é inegável a influência da indústria da beleza, e também está claro que elas - muitas vezes - não se arrumam para impressionar os homens ou para se “sentir bem” e sim para as outras mulheres. Eu saio pouco, mas em todas as raras vezes que isso acontece sempre fica no ar aquele clima de competição entre elas. Qual mulher nunca se sentiu linda ao se olhar no espelho antes de sair e ao chegar ao local de destino não viu seu balão da auto-estima aos poucos ir murchando com cada uma que passava com a blusa mais bonita, a sandália mais legal, o cabelo perfeito ou a maquiagem impecável? Será que existe isso no mundo masculino?
Acho que podemos dividir as mulheres em duas "espécies", aquelas que se Acham de verdade (pouco importando se isso condiz com a realidade ou não) e aquelas que Tentam se achar, mas geralmente conseguem apenas se colocar pra baixo e uma vez aqui ou acolá se sentirem confiantes de si.
Beleza, eu juro que estou tentando me desligar do que os outros pensam, mas velhos hábitos não vão embora da noite para o dia, e depois daqueles comentários eu fiquei realmente pensativa e curiosa sobre. Porque enquanto estamos nessa luta incessante contra o que somos, contra as outras, como eles vêem tudo isso? Alguns dizem que é besteira, que muitas vezes vale o conteúdo e blá blá blá, mas sabemos que não é bem assim, não é?
Entrevistando um desafortunado amigo no MSN a respeito disso, ele me disse: “Geralmente a mulher está: linda ou feia, cheirosa ou fedida, legal ou chata, triste ou alegre, ou sabe conversar ou não sabe.”. Claro que isso não resolve o problema, e nem sei dizer se chega a ser esclarecedor, mas o que fica evidente é a distância das percepções. Pelo visto eles enxergam apenas se ela é/está feia ou linda, mas não toda a complexidade por trás disso, o trabalho que dá tentar ser bonita e tudo mais.
Se eu fosse um pouco mais ignorante, poderia parar por aqui e dar o assunto por encerrado e dizer que se trata apenas disso (8 ou 80 pra eles), mas sabemos que não é. As pessoas dizem “Seja feliz!”, “Aceite...”, “A Vida é muito mais que isso ou aquilo”, mas não nos desprendemos fácil de conceitos anteriores a nós. E arrisco dizer que é hipocrisia alguém chegar e dizer que nada disso os afeta e que ela (pessoa) está acima disso. Acredito sim que existam pessoas mais bem resolvidas do que outras, mas nunca uma que não se sinta diminuído de alguma forma por causa do problema de vista alheio.
Quando digo problema de vista, é no sentido de querer transmitir algo e a mensagem chegar ao destino de maneira diferente da que gostaríamos. Agora percebo que meu raciocínio não vai dar em nada, e um trecho que explica o porquê encontrei no já citado livro do início do post. Ele diz:
“Os homens esperam, equivocadamente, que as mulheres pensem, se comuniquem e reajam da maneira que os homens o fazem; as mulheres erroneamente esperam que os homens sintam, se comuniquem e respondam da maneira que as mulheres o fazem. Nós nos esquecemos de que homens e mulheres devem ser diferentes.”
Pronto. Matou a charada. E eu continuo sem minhas respostas – apesar de não ter conseguido formular A Pergunta. Parece-me mais um caso perdido, ou seja, “Não gaste seu tempo com isso, pois não vai dar em nada..!”. Quer saber? Vou ler o livro, quem sabe ajude...
E para você, isso faz algum sentido?